Criciúma decreta lockdown sem salário e irrita servidores públicos

O prefeito de Criciúma (SC), Clésio Salvaro (PSDB), adotou uma medida polêmica na última quarta-feira (17): um decreto que cria um lockdown voluntário na cidade, de forma que os servidores públicos podem deixar de trabalhar, mas ficam sem o salário.

A medida sofreu reações dos trabalhadores públicos do município, que inicialmente se recusaram a aceitar os termos do decreto.

Em uma rede social, o tucano afirmou que havia “pessoas que, no âmbito do poder público, tem perguntado para mim. Prefeito, não vai ter o lockdown?” Em seguida, disse que atenderia aos pedidos e adotaria a medida, mas com condições.

“De tanto, de tanto as pessoas perguntarem para mim, eu tenho dito: está bom, vai ter lockdown. […] Lembrando só um detalhe: lockdown sem remuneração. Não quer vir trabalhar? Não tem problema. Quer se cuidar? Ótimo, vai ficar em casa, mas não vai receber salário. É muito fácil pedir lockdown quando a geladeira está cheia e o salário está garantido”, disse.

Em uma transmissão numa rede social, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Criciúma e Região (Siserp), Jucélia Vargas, criticou a forma “pejorativa, demagoga,” como o prefeito se dirige aos servidores públicos da cidade.

“Sempre coloca a conotação de que o servidor público não quer trabalhar. Nós já mandamos para o Ministério Públic exatamente isso: nenhum servidor público pediu lockdown, nenhum servidor público pediu para ficar em casa sem trabalhar. O que a gente solicita é que tenha equipamento de proteção individual adequado, [como] álcool em gel, máscaras, luvas, que cumpra os protocolos de contingência”, justificou.

A sindicalista também cobrou da administarção municipal o endurecimento das “fiscalizações sejam mantidas para que o trabalhador tenha segurança para trabalhar”. Em seguida, disse que solicitou também maior proteção aos funcionários com doenças pré-existentes e mais vulneráveis à covid-19.

“[Pedimos que] quem tenha comorbidade ou seja de grupo de risco possa trabalhar remotamente. Para aqueles que não é possível fazer o trabalho remoto, que garanta ficar nas suas casas para depois negociar com sua chefia imediata a forma de compensar os dias de afastamento”, encerrou.

Fonte: R7

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