BRASÍLIA — As contas de luz ficarão mais caras em junho, por conta da seca na região das hidrelétricas. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira que irá aplicar a bandeira tarifária vermelha no segundo patamar, a mais alta desse mecanismo. Isso significa uma cobrança adicional de R$ 6,243 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.
Em maio, vigorou a bandeira tarifária vermelha no patamar 1. A Aneel informou que maio foi o primeiro mês da estação seca nas principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional (SIN), registrando condições hidrológicas desfavoráveis.
"Junho inicia-se com os principais reservatórios do SIN em níveis mais baixos para essa época do ano, o que aponta para um horizonte com reduzida geração hidrelétrica e aumento da produção termelétricas", diz a agência.
Essa conjuntura pressiona os custos do setor, "levando à necessidade de acionamento do patamar 2 da bandeira bermelha", de acordo com o órgão.
De acordo com a agência reguladora, o período úmido 2020-2021 registrou a pior entrada de água no reservatório das hidrelétricas da História do SIN, medido desde 1931. Esse cenário indica a necessidade de acionar mais usinas térmicas, que são mais caras.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 pela Aneel como forma de recompor os gastos extras com a utilização de energia gerada por meio de usinas térmicas, que é mais cara do que a de hidrelétricas.
A cor da bandeira é impressa na conta de luz (vermelha, amarela ou verde) e indica o custo da energia em função das condições de geração de eletricidade.
Quando chove menos, por exemplo, os reservatórios das hidrelétricas ficam mais vazios e é preciso acionar mais térmicas para garantir o suprimento de energia no país. Nesse caso, a bandeira fica amarela ou vermelha, de acordo com o custo de operação das termelétricas acionadas.
A região das hidrelétricas passa por uma seca histórica. Isso vem obrigando o governo a gerar mais energia por meio de usinas termelétricas, que são mais caras.