Para lidar com a segunda onda da epidemia de coronavírusno Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) irá abrir, nos próximos dias, 190 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)pelo Sistema Único de Saúde (SUS), informou a titular da pasta, Arita Bergmann, na tarde desta quinta-feira (3) a GZH.
O crescimento é de cerca de 7% frente aos 2,5 mil leitos já existentes hoje no Estado. Antes, o Piratini já dobrara o número de vagas de UTI no SUS para enfrentar a primeira onda de covi-19. Em janeiro, haverá, portanto, cerca de 2,7 mil vagas para tratamento de pacientes em estado de saúde gravíssimo no Rio Grande do Sul.
Dos 190 novos leitos, 113 não existiam na primeira onda da pandemia, estão sendo abertos agora e, segundo Arita, devem funcionar na semana que vem.
A secretária da Saúde do Rio Grande do Sul afirmou que já há crescimento exponencial do contágio do vírus e salientou que, por mais que hospitais aumentem a capacidade para receber casos graves, não será suficiente se a população seguir se aglomerando e convivendo sem máscaras.
— A taxa de ocupação de leitos nunca esteve neste patamar. Temos 80,6% de ocupação de UTIs. Paralelo ao pico de ocupação de leitos de UTI por covid, também temos pico de ocupação muito grande de pacientes em leitos de UTI não covid. Estamos em situação preocupante. A máscara, assim como o cinto de segurança e a cadeirinha do bebê no carro, são cuidados obrigatórios neste momento — disse.
Dentre os hospitais que ganharão novas vagas em UTI, estão o Hospital Vila Nova de Porto Alegre, o Hospital Bom Pastor de Ijuí, o Hospital São Vicente de Paulo, em Cruz Alta, e o Hospital Regional de Santa Maria.
Os 77 leitos restantes estão sendo reabertos – isto é, foram desativados quando a epidemia melhorou para o uso de pacientes com outras doenças e agora voltam a ser focados no tratamento de casos graves de coronavírus. É o caso, por exemplo, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), do Hospital de Taquara e do Hospital de Montenegro.
SOBRE A BANDEIRA PRETA
A situação atual coloca em risco algumas regiões que podem ser classificadas com a bandeira preta, pela primeira vez, no mapa preliminar da 31ª rodada do Modelo de Distanciamento Controlado que será divulgado na sexta-feira (4). “Se nós chegarmos em bandeira preta teremos que fechar e viveremos uma espécie de lockdown e só funciona o essencial. A tendência diante dos números é ter uma ou duas regiões em bandeira preta. A decisão é técnica, em cima de dados”, declarou a secretária Arita Bergman em entrevista a Rádio A Hora, de Lajeado, na quinta-feira (03).