O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira, 10, durante evento com o Ministério do Turismo, que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, vai emitir parecer para desobrigar o uso de máscara por aqueles que foram vacinados e já contaminados pela Covid-19. A medida contraria protocolos médicos, que recomendam a proteção contra o risco de reinfecção e escape das vacinas que estes grupos ainda correm.
A fala veio depois do presidente lembrar de matérias jornalísticas que apontam de forma recorrente quando Bolsonaro não usa máscara em visitas a municípios brasileiros. "Ele [Queiroga] vai ultimar parecer visando a desobrigar o uso de máscara por parte daqueles que estejam vacinados ou que já foram contaminados para tirar essa (...) esse símbolo, que obviamente, tem a sua utilidade, para quem está infectado", disse.
"Se bem que pra nós, o nosso protocolo, para quem tá infectado, esse sim ele fica em casa, não aquele fica em casa todo mundo. A quarentena é pra quem está infectado, não é pra todo mundo, porque isso destrói empregos. Mata de outra forma o cidadão", completou.
A recomendação de especialistas, porém, é de manter o uso da máscara tanto para já recuperados da Covid-19 como aqueles que foram totalmente imunizados. Entre os motivos, está o fato de que variantes do coronavírus tem maior potencial de escapar de anticorpos naturais ou produzidos em resposta a vacinas.
Além disso, nenhuma vacina tem 100% de eficácia contra a Covid-19 o que possibilita que imunizados adoeçam e transmitam a doença a familiares e amigos.
Relatório do TCU
O presidente também anunciou que falará na sua live semanal, às 19h desta quinta, sobre "o que aconteceu" no episódio em que divulgou relatório preliminar do Tribunal de Contas da União (TCU), que foi colocado por um auditor de forma indevida e depois desmentido pelo tribunal.
Ele parabenizou o TCU, mas insistiu na tese de supernotificação de mortes por Covid-19, voltando a citar a lei que possibilitaria a governadores aumentarem os dados para receberem mais recursos do Ministério da Saúde. Bolsonaro até aumentou sua projeção afirmando que até 60% das mortes contabilizadas não teriam sido causadas pela Covid-19.
"E é só compararmos a tabela de óbitos pelo site da transparência de 2015 para cá. Todo ano cresce. E se não tivéssemos a pandemia no passado, tirando os quase 200 mil mortos, o crescimento seria negativo, um decréscimo. Mais indício do que isso? Impossível", afirmou.
Informações: Correio do Povo
Foto destaque: Marcos Corrêa / PR / CP