“A bula vai ser atualizada, a gente está pensando em colocar um QR Code para facilitar. Em qualquer lugar do Brasil, com um celular com conexão, o profissional de saúde vai mirar para o código e ver um vídeo demonstrando a correta forma de se fazer a extração”, disse Lucas Lima de Moura, diretor de qualidade do Instituto Butantan.“O que nós vamos tentar fazer é minimizar esses comportamentos que favorecem a perda”, disse Moura. Ele afirmou ainda que o correto é fazer a aplicação com seringas de 1 ml, para garantir a extração de 10 doses por frasco. “O que é preconizado é a seringa de 1 ml, é a que a gente usa, com agulha intramuscular, mas a gente sabe que não é o que todo mundo pratica. Não tem abastecimento para todo mundo usar esse tipo de material, então isso pode acarretar algum tipo de perda inerente ao processo”, completou.
Butantan atribui menor número de doses por frasco a aspiração inadequada do líquido
O Instituto Butantan admitiu nesta terça-feira (13) a possibilidade de incluir um QR Code na bula da vacina CoronaVac para orientar a extração de 10 doses em cada frasco do produto. O anúncio ocorre após prefeituras de pelo menos 12 estados relatarem lotes com rendimento inferior a 10 doses por embalagem.
O Ministério da Saúde afirmou que a orientação é para que estados e municípios registrem no formulário técnico quando não for possível aspirar o total de doses declaradas nos rótulos das vacinas, e que a análise dessas ocorrências seja conduzida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A agência declarou que todas as hipóteses estão sendo avaliadas para que se verifique a origem do problema e não haja prejuízos à vacinação em curso no país.
Os serviços de saúde afirmam que os frascos têm uma quantidade menor do que a necessária para 10 aplicações. O Butantan atribui a diferença no número de doses extraídas pelas prefeituras a discrepâncias no processo de aplicação.
No começo de março, a Anvisa autorizou que o Butantan alterasse o volume do frasco da CoronaVac, para evitar desperdício. O volume passou de 6,2 ml para 5,7 ml – quantidade que deveria ser suficiente para 10 doses, considerando que cada aplicação é de 0,5 ml.
Atualmente a bula da CoronaVac alerta que o profissional de saúde precisa se certificar de que o volume aspirado na seringa é de 0,5 ml, o que corresponde a uma dose da vacina. Com a revisão, a bula poderia incluir um QR Code para que o profissional responsável pela vacinação possa assistir a um vídeo com a forma correta de aspirar a dose.
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