O júri da Kiss recomeça nesta quinta-feira (2), às 9h. No segundo dia de julgamento, está previsto o depoimento de mais seis testemunhas — cinco sobreviventes e o engenheiro Miguel Pedroso. As sessões estão sendo realizadas no Foro Central de Porto Alegre.
Pedroso foi o responsável pelo projeto de engenharia de reformas de isolamento acústico da boate Kiss, numa tentativa de conter os ruídos que incomodavam a vizinhança. No memorial descrito da intervenção, o profissional não recomendou a instalação de espuma inflamável no teto ou em qualquer outro ponto da boate.
Pela manhã, Emanuel de Almeida e Jessica Montardo prestarão depoimento. O período da tarde começa com Pedroso, seguido pelos sobreviventes Lucas Calduro, Érico Paulos e Gustavo Calduro.
O depoimento de Emanuel de Almeida estava marcado para o primeiro dia de júri — ele falaria depois de Kátia Giane Pacheco Siqueira, ex-funcionária da boate, e Kellen Ferreira, frequentadora. No entanto, foi adiado.
O julgamento pode se estender por até duas semanas, período em que serão ouvidas 20 testemunhas e 14 sobreviventes da tragédia. Também prestarão depoimento os réus: Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, sócios da Kiss, e Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, da banda Gurizada Fandangueira.
Primeiro dia
Duas sobreviventes da tragédia na boate Kiss, em 2013, foram ouvidas no primeiro dia de julgamento dos quatro réus denunciados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul por 242 homicídios com dolo eventual.
O júri começou nesta quarta-feira, 1º de dezembro, no Foro Central de Porto Alegre, e contou com a presença do procurador-geral de Justiça, Marcelo Lemos Dornelles, e do subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Júlio César de Melo.
A primeira a falar foi Kátia Giane Pacheco Siqueira. Ela trabalhava na boate na noite da tragédia e respondeu à promotora de Justiça Lúcia Helena de Lima Callegari que orientação era para que apenas deixassem as pessoas saírem após pagamento da comanda.
Ao promotor de Justiça David Medina da Silva, afirmou que muitos clientes, na tentativa de fugir, acharam que porta do banheiro era a saída da casa noturna. Foram quase cinco horas de depoimento.
Às 20h20 teve início a oitiva da sobrevivente Kellen Giovana Leite Ferreira, 28 anos, cliente da boate. Ela teve 18% do corpo queimado e precisou amputar um dos pés. Aos promotores, confirmou que a casa estava superlotada no dia da tragédia.
*Com informações de GZH