O ex-governador Eduardo Leite anunciou, nesta segunda-feira (13), que é o pré-candidato do PSDB ao governo do estado mais uma vez. O anúncio foi dado na sede do diretório estadual do partido, em Porto Alegre, ao lado do atual governador, Ranolfo Vieira Júnior.
"Comunico hoje, aos gaúchos e gaúchas, que eu sou pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul", afirmou Eduardo Leite. "Com muita humildade, eu aceito novamente o desafio de liderar o projeto."
De acordo com Leite, a decisão foi coletiva do partido e tomada em conjunto com o governador Ranolfo, "como foram as decisões tomadas durante os quatro anos de governo."
Ele disse ainda que estar fora do cargo era a única maneira que aceitaria disputar a reeleição. "Eu mudei de opinião, mas não mudei de princípios. Por isso, eu disse que a renúncia me abria todas as possibilidades, não me retirava nenhuma." Quando perguntado se o RS é o plano B , Leite respondeu que se plano A fosse ser candidato à presidência da República, ele teria saído de partido.
Ainda não há, entretanto, chapa formada nem com candidatura a vice, nem com candidato ou candidata ao Senado.
Sobre o risco à democracia, Leite diz que se preocupa. "Instrumentos de contestação estão em constante ataque, especialmente do presidente da República, Jair Bolsonaro. E isso preocupa, e precisamos estar vigilantes". Ele lembrou a campanha de 2018, e reafirmou que, "se ser de esquerda é ter preocupação com políticas sociais, valorizar a cultura, me considero à esquerda nessas condições."
Antes do pronunciamento de Leite, o atual governador falou sobre o atual cenário. "O que me move neste momento é a conclusão deste governo, concluir este governo com absoluto êxito", afirmou Ranolfo Vieira Júnior.
O atual governador ressaltou que não se move por vaidades pessoais. "Gostaria, é claro, de ser governador, já sou governador, me honra muito representar os gaúchos e me honraria ser governador novamente, mas entendemos que o nome do Eduardo Leite, neste momento de polarização no cenário nacional possa ser o melhor nome do PSDB para este projeto."
Leite deixou o governo e transmitiu o cargo a Ranolfo no dia 31 de março. A cerimônia no Palácio Piratini aconteceu logo após a posse oficial do novo governador, na Assembleia Legislativa do estado (AL-RS), horas antes.
Desde então, o ex-governador gaúcho foi para o epicentro das disputas internas no PSDB, que culminaram, em maio, com a desistência de João Doria — ex-governador de São Paulo e vencedor das prévias — da pré-candidatura à Presidência da República pelo PSDB.
Dentro do partido, Leite era visto como um possível candidato à Presidência ou até mesmo um potencial pré-candidato a vice em outra coligação, como ao MDB de Simone Tebet. Sempre que questionado, o ex-governador do RS citava trabalhar pela construção de convergências na agenda política do país.
A pré-candidatura de Leite é vista como parte de um acordo nacional entre PSDB e MDB. Em troca do apoio à Tebet, os emedebistas apoiariam tucanos em estados como o Rio Grande do Sul. Contudo, o reingresso do ex-governador na corrida eleitoral pode barrar a pré-candidatura do deputado estadual Gabriel Souza (MDB) ao Palácio Piratini.
Eduardo Leite foi convidado, inclusive, a trocar de partido e ser o pré-candidato do PSD, de Gilberto Kassab, ao Palácio do Planalto. Ele chegou a participar do evento de filiação da pré-candidata ao Senado Ana Amélia Lemos, em março, onde recebeu inúmeros convites.
*Com informações: G1