Na manhã desta segunda-feira (15) por meio de nota pública, divulgada através da fan page do Restaurante Popular de Santa Maria, a Empresa gestora Serv Sul Ltda esclareceu sobre a motivação do possível encerramento das atividades no restaurante popular.
A empresa foi a vencedora da licitação em maio de 2019 para administrar o espaço, incluindo a reforma do mesmo que segundo o comunicado relata que " o prédio não tinha condições alguma de ser um restaurante", além de servir diariamente a comunidade com refeições à preço acessível.
A gestora do espaço pede o reequilíbrio financeiro, alegando as constantes altas dos produtos alimentícios devido a pandemia do coronavírus. Atualmente a empresa serve uma quantidade limitada de 575 refeições diárias, ao valor de R$ 3,50 pagos pela prefeitura, valor este que segundo a empresa esta defasado conforme trecho divulgado em nota: " quando vencemos a licitação em maio de 2019, a lata de óleo de soja era R$ 2,00 reais, hoje é R$ 7,00, os 5kg arroz eram R$ 9,00 hoje são R$ 25,00, a carne era R$ 11,00 o kg, hoje é R$ 22,00. Pedimos este reequilíbrio, pois a lei diz que tem que ser assim. É direito. O poder público tem obrigação de manter o equilíbrio financeiro dos contratos. Nós já estamos há 22 meses recebendo o preço defasado de R$ 3,50 pagos pela prefeitura, por cada refeição que servimos, no limite de 575 diárias".
Confira na íntegra a nota pública divulgada pela Empresa Serv Sul Ltda:
NOTA PÚBLICA SOBRE O ENCERRAMENTO DA ATIVIDADE NO RESTAURANTE POPULAR DE SANTA MARIA
Nós somos a empresa que venceu a licitação em maio de 2019. Pelo edital tínhamos que fazer pequenos ajustes e começar a trabalhar já de imediato, mas só fomos começar a trabalhar em dezembro daquele ano (7 meses após).Nestes sete meses tivemos de reformar o prédio que não tinha condições alguma de ser um restaurante.
Começamos trabalhar em 23 de dezembro, com dificuldades financeiras devido ao gasto extra que tivemos.Sempre servimos a comunidade, independente de nossa situação de dificuldade. A nossa comida é avaliada como excelente qualidade, conforme pesquisa feita.
Nunca saiu um cidadão do restaurante com fome!Nossa empresa tem um trabalho social junto do empresarial. Na execução do contrato no Restaurante Popular, além dos funcionários normais, acolhemos dezenas de trabalhadores do sistema prisional que buscam uma segunda chance. Também, durante nosso contrato, doamos mais de 2.500 refeições à moradores de rua e servimos quase 10 mil refeições à cidadãos que chegam no restaurante e já havia esgotado as 550 refeições pagas pela prefeitura. Por decisão de nossa empresa, ninguém que procura o restaurante sai sem uma refeição.
No início deste ano, em janeiro, pedimos reequilíbrio financeiro do contrato, pois quando vencemos a licitação em maio de 2019, a lata de óleo de soja era R$ 2,00 reais, hoje é R$ 7,00, os 5kg arroz eram R$ 9,00 hoje são R$ 25,00, a carne era R$ 11,00 o kg, hoje é R$ 22,00. Pedimos este reequilíbrio, pois a lei diz que tem que ser assim. É direito. O poder público tem obrigação de manter o equilíbrio financeiro dos contratos. Nós já estamos há 22 meses recebendo o preço defasado de R$ 3,50 pagos pela prefeitura, por cada refeição que servimos, no limite de 575 diárias. Pedimos o reequilíbrio, pois não temos mais como manter a qualidade das refeições servidas, pagar insumos, funcionários, tributos e fornecedores. Até esta data não recebemos resposta alguma da prefeitura.
No próximo dia 23 de março vence a nossa licitação e tivemos que, infelizmente, dizer a prefeitura que se não houver o reequilíbrio (ajustar os preços que estão defasados há 22 meses) não temos mais como servir refeições no restaurante popular ao honrado e digno povo de Santa Maria.Diferente de versões, nós temos todos os documentos necessários para a renovação, se for o caso, no dia 22 de março próximo.Sendo assim, não temos como continuar a atender a população se a prefeitura não fizer um pagamento justo pelo nosso trabalho.Gostamos do nosso trabalho. Amamos o que fazemos. Somos felizes por atender quem mais necessita.
Mas não podemos ser irresponsáveis de continuar nesta situação deprimente.Queremos trabalhar, mas necessitamos que a prefeitura dê o reequilíbrio financeiro do contrato, que é direito nosso e tem amparo legal.No restaurante Popular já servimos em torno de 170 mil refeições. Além destes, nossa empresa já serviu quase 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) refeições em outros contratos fora de Santa Maria. Prezamos sempre pela qualidade da comida servida e observância das normas vigentes no setor de alimentação coletiva.
Sem este reequilíbrio legal, teríamos de reduzir a qualidade das refeições que servimos aos usuários. Desta maneira, optamos em comunicar a prefeitura que só poderemos renovar o contrato que encerra dia 23.03.2021, caso haja o reequilíbrio legal dos valores que estão defasados há quase dois anos. Qualquer outra versão sobre os fatos é mera justificativa sem fundamento.
Sempre tivemos responsabilidade com a prefeitura, com o contrato e com a população de Santa Maria. Agradecemos pelo carinho a atenção e pedimos desculpas por ter de desviar a atenção da população nesta hora tão difícil com um assunto que não deveria ser pauta neste momento.
Santa Maria 15 de março de 2021 SERV SUL LTDA Empresa gestora do Restaurante Popular de Santa Maria.
A Central de Jornalismo da Medianeira 102.7 está em contato com a Prefeitura Municipal de Santa Maria, e qualquer informação ou esclarecimento sobre a nota, será divulgada neste canal.
Medianeira 102.7