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Indiciados por morte de jovem em São Gabriel "não podem sequer ser chamados de policiais militares", diz comandante da BM

  • Mateus Ferreira
  • 30/08/2022
Um dia após a Corregedoria da Brigada Militar indiciar os três policiais envolvidos na abordagem que culminou na morte de Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, o comandante-geral da corporação, coronel Claudio dos Santos Feoli, afirmou que há uma série de "condutas transgressionais" cometidas pelo trio e que já ensejam um processo visando a exclusão deles dos quadros da BM. Em entrevista, nesta terça-feira (30), Feoli declarou que a abordagem ocorrida em São Gabriel, na Fronteira Oeste, "foi totalmente alheia aos procedimentos operacionais padrões em vigência na BM". — Aproveito para enfatizar que esses três policiais não são a Brigada Militar. E aqui temos um desafio muito grande para que a sociedade gaúcha possa entender que esses três, e eventualmente outros que transgridam a legislação ou os nossos regramentos, não podem sequer ser chamados de policiais militares. Nós, os outros 18 mil policiais, sangramos todos os dias com essa falta de diferenciação — disse. O caso é apurado em dois inquéritos paralelos: o da Polícia Civil e o inquérito policial militar (IPM) conduzido pela Corregedoria-Geral da BM. É essa investigação, no âmbito militar, que foi concluída na segunda-feira (29) com o indiciamento dos três PMs por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Ao Atualidade, Feoli também comentou que há mais de quatro meses se estuda uma proposta de mudança na cultura institucional da Brigada, incluindo alteração no perfil dos agentes e aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo. — Nesta mudança de cultura nós estamos avaliando procedimentos e atualizando o perfil profissiográfico, ou seja, que pessoa da sociedade gaúcha queremos que faça parte da Brigada Militar. Teremos agora regularidade de cursos de ascensão profissional, o que vai trazer mais nichos de fiscalização e controle, além de termos aquisição de diversos equipamentos, que vão desde os de menor potencial ofensivo até as câmeras corporais — destacou.

Relembre o caso

Natural de Guaíba, Gabriel — que tinha se mudado havia apenas 15 dias — foi abordado no começo da madrugada de 13 de agosto, no bairro Independência, em São Gabriel. Após ser levado na viatura pelos três PMs, não foi mais visto. Uma semana depois, o corpo dele foi encontrado a dois quilômetros de onde ocorreu a abordagem, dentro de um açude. Na ocorrência, os policiais haviam registrado que revistaram Gabriel e o liberaram. Com o sumiço, foram ouvidos em inquérito policial militar e admitiram ter levado o jovem para a localidade de Lava Pé. Alegando inocência, as defesas disseram que foi ele quem pediu para ser deixado naquele local, pois estaria procurando a casa de familiares. No último dia 23, a juíza Juliana Neves Capiotti, da Vara Criminal de São Gabriel, decretou a prisão preventiva do trio. Os policiais — os soldados Raul Veras Pedroso e Cléber Renato Ramos de Lima e o segundo-sargento Arleu Júnior Cardoso Jacobsen — estão presos desde 19 de agosto por determinação da Justiça Militar. O decreto ocorreu, inicialmente, em função de irregularidades na condução da ocorrência. *Informações: GZH
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