A obra do novo Calçadão Salvador Isaia avançou para mais uma etapa nesta semana. Ainda na noite de segunda-feira (31), a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) iniciou o trabalho nas redes de abastecimento de água e de esgoto cloacal e pluvial. Também, a partir desta quinta-feira (3), a empresa De Marco, de Erechim, dará lugar definitivamente no canteiro de obras do Calçadão à Urbanes Empreendimentos, de Santa Maria, que irá auxiliar a concessionária nesta penúltima etapa da intervenção. Neste momento, o serviço prevê a implantação das redes junto às galerias que foram colocadas no subsolo do Calçadão.
O cronograma está organizado para que os serviços dentro da galeria, ou seja, no subsolo, ocorram durante o dia. Já os trabalhos externos às galerias devem ocorrer à noite, entre 20h e 6h, com o propósito de causar menos transtorno ao comércio, pedestres e trânsito da Rua Floriano Peixoto. A Corsan, ainda com apoio da empresa De Marco, fez o estudo dos ramais das edificações da quadra, para, agora, fazer as conexões. Após a Companhia executar este serviço, a Urbanes deverá fazer a rede pluvial que vai coletar os ramais pluviais dos prédios. A etapa final inclui o fechamento das duas galerias em direção à Rua Floriano Peixoto.
“Nós estamos fazendo a avaliação de andamento de toda obra até aqui. Estamos em contato com a De Marco e com a Urbanes para organizarmos bem a documentação de prestação de contas. A De Marco, que tem como contrapartida a construção de empreendimento no Bairro Camobi, vai ter uma reprogramação do Termo de Compromisso. A Urbanes, que também tem contrapartida com o Município, vai ser responsável pela finalização desta nova etapa junto com a Corsan. Esta nova etapa se constitui em lançar toda a rede coletora central ou de distribuição de drenagem pluvial, água potável e esgoto sanitário, além de realizar todos os ramais de cada edificação”, esclarece o secretário de Elaboração de Projetos e Captação de Recursos, José Antônio de Azevedo Gomes.
Nas próximas semanas, deverá ocorrer a reprogramação do Termo de Compromisso (TAC) firmado com a empresa De Marco, de maneira a adequar os valores de sua responsabilidade que seriam direcionados ao Calçadão. O valor executado pela empresa e os saldos, caso existam, serão direcionados a novos objetos de interesse público. Já a Urbanes dará continuidade a obra até a conclusão dos valores do seu respectivo TAC, apoiando a ação da Corsan e, depois, executando a rede coletora pluvial.
Devido à complexidade da obra e por ser uma ação prioritária do governo, o Executivo Municipal fará uma licitação para executar a última etapa e, assim, concluir a obra do novo Calçadão. Para a fase final, está previsto reforço da nova estrutura do passeio público, com nova fundação e compactação no entorno da galeria, concreto armado alisado e polido com tratamento antiderrapante, drenagem superficial, canaletas e grelhas. E, por fim, todo o mobiliário urbano, como os decks e canteiros, paisagismo, iluminação e demandas de acabamento. Uma equipe da Secretaria de Elaboração de Projetos e Captação de Recursos em conjunto com o Instituto de Planejamento (Iplan) está encarregada de fazer esse estudo técnico que envolve a elaboração de um termo de referência e demais itens exigidos para lançar a licitação.
HISTÓRICO DA OBRA
A obra do novo Calçadão foi pensada para ser uma intervenção com solução permanente, pois o espaço, inaugurado em 1979, dava sinais evidentes da necessidade de uma ação pensada a longo prazo. A nova proposta envolve agir em fundações, readequação e modernização, desde as instalações de galerias de concreto secas para abrigar novas redes de água, esgoto cloacal e pluvial, até uma concepção arquitetônica inspirada num modelo de shopping a céu aberto, com piso moderno e resistente, mobiliário e iluminação compatíveis.
A obra começou em janeiro de 2020 e foi interrompida pela pandemia, teve uma série de contratempos e andou de uma forma mais lenta em função fundamentalmente das condições da economia nacional que impactaram na elevação dos insumos previstos na execução do projeto, além da necessidade de ajustes e alterações necessárias pelo cenário encontrado durante a execução, além de uma série de dificuldades para realizar o serviço in loco. A consistência do solo em algumas regiões do Calçadão exigiu o emprego de marteletes, pois a escavadeira, com a sua concha, não conseguia realizar os serviços. Não foram raros os casos que, em função das condições locais, o maquinário quebrou durante a execução devido ao esforço extremo.
Além disso, ocorreram diversas intercorrências nas redes de esgoto, abastecimento de água e de conexões que precisaram de manutenções em função de rompimentos durante o processo de escavação.
“Sem falar nas questões de conhecimento público e de mercado que ocasionaram atrasos e replanejamento orçamentário em função da elevação de preços dos insumos, falta ou dificuldade em adquirir vários insumos da área da construção civil ao longo dos últimos dois anos”, reforça a secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo Ticiana Fontana.
O projeto arquitetônico de autoria do Iplan, assinado pelo arquiteto Fabio Prado, começou a ser executado através de um Termo de Compromisso (TAC) com a De Marco, de Erechim, que está com um empreendimento no Bairro Camobi. A De Marco terceirizou os projetos complementares, protocolando e aprovando-os na Prefeitura no final de 2019. Ao longo de 2020, diante de questões orçamentárias e adequações ao projeto original, outra empresa, a Urbanes Empreendimentos, de Santa Maria, que também tem contrapartidas por empreendimentos em execução na cidade, entrou no projeto.
As empresas De Marco e Urbanes executaram as galerias centrais com 165 metros, com oito poços de acesso, para abrigar as redes de esgoto cloacal, pluvial e nova rede de água. A Corsan foi chamada pela Prefeitura para entrar no projeto e auxiliar com mão de obra para as questões mais complexas dessas novas redes, fazendo assim as instalações especiais previstas no projeto Executivo.
*Com informações e foto destaque da Prefeitura Municipal de Santa Maria