Justiça Militar aceita denúncia e PMs presos por morte de Gabriel se tornam réus por ocultação de cadáver e falsidade ideológica
Os três policiais militares presos pelo envolvimento na morte de Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, tornaram-se réus na Justiça Militar. Eles responderão nessa esfera pelos crimes de ocultação de cadáver e falsidade ideológica. A denúncia foi oferecida nesta segunda-feira (5) pelo Ministério Público. Os PMs também foram acusados pelo homicídio triplamente qualificado na Justiça Comum, mas, neste caso ainda não houve manifestação do Judiciário.
O segundo-sargento Arleu Júnior Cardoso Jacobsen e os soldados Cléber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso estão detidos preventivamente no Presídio Militar de Porto Alegre. Eles foram os responsáveis por abordar o jovem na noite de 12 de agosto. Depois disso, já na madrugada de 13, ele desapareceu em São Gabriel, na Fronteira Oeste. Segundo a denúncia do MP, Gabriel foi agredido e depois de morto teve o corpo jogado em um açude, onde foi encontrado dias depois.
A juíza Viviane de Freitas Pereira, da Auditoria Militar de Santa Maria, recebeu a denúncia oferecida pelo MP contra os PMs. O crime de falsidade ideológica teria acontecido, segundo a acusação, no momento em que os policiais militares teriam inserido informações falsas no boletim de ocorrência registrado naquela madrugada. Na Justiça Militar, os três responderão pelos delitos de ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
Em seu despacho de recebimento, a magistrada salientou que “o órgão acusador descreve as razões de formação da opinio delicti de forma suficiente, demonstrando com isso, a existência de justa causa para o desencadeamento da ação penal que pretende. Com base nos elementos apurados pelo IPM descreve os indícios de autoria e prova de materialidade dos delitos militares que imputa aos acusados, os quais justificam o recebimento da denúncia por este juízo”.
Sobre a denúncia por homicídio doloso triplamente qualificado, GZH entrou em contato com o Tribunal de Justiça para saber sobre o recebimento ou não da peça acusatória pela Justiça Comum e aguarda retorno.
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