A Polícia Federal deflagrou, na tarde desta segunda-feira (13), ação de repressão a fraudes para obtenção de Registro Nacional Migratório por estrangeiros que não residem no Brasil.
Policiais federais cumpriram dois mandados de busca em Aceguá, município localizado na fronteira do Brasil com o Uruguai, que resultaram na apreensão de telefones celulares, notebook e diversos documentos.
As investigações apontam para a atuação de “despachantes” estabelecidos na região da fronteira, que auxiliavam cidadãos uruguaios a obterem documentos de identificação como residentes no Brasil, mediante declarações de endereço supostamente falsas, apresentadas à Polícia Federal.
COMO O CRIME ACONTECIA:
Os despachantes arregimentavam pessoas que realmente moram nas cidades de Aceguá e Bagé para fornecerem os seus comprovantes de endereço residencial e assinarem declarações, a maioria com firma reconhecida em cartório, informando que os estrangeiros residiam nesses mesmos endereços.
A Polícia Federal, ao checar as informações apresentadas, constatou que os cidadãos uruguaios não residiam no Brasil e que as informações apresentadas eram fraudadas a pedido dos despachantes. Os estrangeiros chegavam a pagar mais de mil reais pelos serviços e parte deste valor era repassado às pessoas que cediam seus endereços.
A Polícia Federal alerta que omitir a verdade ou inserir informações falsas em documento público ou particular pode configurar o crime de falsidade ideológica, previsto no artigo 299 do Código Penal.
Os estrangeiros que efetivamente residem no Brasil têm direito ao documento de identificação emitido pela Polícia Federal, o Registro Nacional Migratório, na classificação “residente”.
A Polícia Federal informa que não é obrigatória a contratação de despachantes e que a maioria dos procedimentos é simples e pode ser feito pelo próprio estrangeiro.