Um protesto contra a imposição do retorno às aulas presenciais sem que haja vacinação contar a Covid-19 ocorreu na manhã desta segunda, 26, entre 10h e 12h, em frente ao prédio do Centro Administrativo da prefeitura de Santa Maria. O ato foi chamado pelo Comitê Popular em Defesa da Vida, do qual participam entidades tais como a Sedufsm, Sinprosm, Cpers, DCE/UFSM, dentre outras organizações sindicais, comunitárias, e do movimento social.
Juliana Moreira, do Sindicato dos Professores Municipais (Sinprosm), usou sua fala no carro de som para ressaltar que a posição da entidade não difere da expressada em fevereiro, que é de contrariedade ao retorno presencial das aulas. Juliana citou que a normalidade nas escolas gera uma série de efeitos, como por exemplo, a aglomeração em paradas de ônibus, transporte coletivo.
Citando dados do Observatório Covid-19 da UFSM, a sindicalista destacou que as novas variantes do coronavírus têm atingido de forma mais agressiva as crianças e jovens. Segundo os dados apurados por ela, houve, até o momento, 483 casos entre crianças de zero a nove anos e dois óbitos. E, entre jovens de 10 a 19 anos, mais de 1.300 casos e um óbito.
Falando pela Sedufsm, o professor Leonardo Botega afirmou que “não é hora de pensar em retorno, mas em saúde pública”. E acrescentou: “Por que não propor vacina para o trabalhador?”, questionou. Na visão do diretor da seção sindical, o que o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB) deveria fazer é chamar as entidades, conversar, para tornar a cidade referência em “volta segura às aulas”.
Botega também sugeriu que, no município, ao invés de proporem viagem a regiões em que aplicaram o tratamento à Covid sem eficácia comprovada, que fossem a lugares em que estão ocorrendo experiências bem sucedidas tanto de isolamento social como de auxílio financeiro a quem precisa, citando o exemplo do estado do Maranhão.
Escolas precarizadas
Ao fazer sua intervenção, o representante do 2º Nucleo do Cpers Sindicato, Lúcio Ramos, enfatizou que no caso da rede pública estadual, o pensamento é de que escolas fechadas preservam vidas. Ramos argumentou ainda que nunca se posicionaram contra dar aulas, até porque nunca pararam de trabalhar, mesmo sem estar presencial na sala de aula. Contudo, ressalta o diretor do Cpers, “não temos condições de voltar sem que haja vacinação”.
Lúcio Ramos explicou que existem situações que não chegam ao conhecimento da população. Segundo ele, o governo estadual contratou uma empresa terceirizada tanto para fazer a limpeza das escolas quanto preparar a merenda, mas parou de pagar essa empresa que, assim, deixou de fazer o trabalho. Um outro aspecto, conforme Ramos, é a sobrecarga de trabalho, tendo em vista que existem muitos professores e funcionários afastados.
Quem também participava do ato era a professora estadual, atualmente exercendo o mandato de vereadora na Câmara, Helen Cabral (PT). Ela destacou que estamos no auge da pandemia, com mais de 500 mortos em Santa Maria, e mais de 22 mil em todo o Rio Grande. Para ela, em função das condições sanitárias, é impossível um retorno seguro às aulas presenciais.
Fizeram uso do microfone ainda representantes do sindicato dos bancários, do DCE, do sindicato da alimentação, de associações de moradores, da CUT, CTB, Psol, entre outros e outras.
Fonte: Site SINPROSM