Após os novos decretos da Prefeitura
de Santa Maria e do Governo do Estado que elevou Santa Maria e diversos
municípios da região central do estado para a bandeira vermelha restringindo a
abertura do comércio, o Presidenteda Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de
Santa Maria (Cacism), Luiz Fernando Pacheco, falou sobre sua preocupação com o
atual cenário, em entrevista à Rádio Medianeira 102.7 FM, na manhã dessa
segunda-feira, dia 15 de junho.
Durante o final de semana,
representantes da CACISM, CDL e SINDILOJAS, entidades que representam os
empresários de Santa Maria estiveram reunidos e decidiram que nesta
segunda-feira, 15, irão procurar o Prefeito Municipal para juntos intervirem
junto ao Governo do Estado para questionar a mudança na bandeira de laranja
para vermelha.
Durante a entrevista, Pacheco
lamentou a situação e disse que seu sentimento e dos demais empresáriosé de
extrema preocupação. “São raras as pessoas que entendem o método de
enquadramento utilizado pelo estado na definição das bandeiras. Toda a semana,
estes critérios mudam, e isso causa apreensão. Esse sistema de bandeiras que
está sendo usado no Rio Grande do Sul, nenhum outro estado usa. Nos estados de
Santa Catarina e Paraná que tem o clima parecido com o nosso, está tudo
funcionando e os números de mortes muito mais baixos. Enquanto isso, o nosso
governador fica falando de bandeiras, mas, sabemos de suas intenções políticas
no futuro”, destacou o empresário.
Pacheco destacou ainda que nestes
estados as prefeituras estão mantendo suas empresas, seus empregos e pagando
impostos. “Dos impostos ninguém abre mão. O mesmo governador eprefeito que
defendem o fechamento do comércio não abrem mão de recolher seus impostos. Porque
os funcionários deles (municipais e estaduais) precisam receber em dia. Porque
o governador quando decreta o fechamento do comércio não decretatambém a
redução de impostos?, questionou o Presidente.
Luiz Fernando também salientou
que viu manifestação de praticamente todos os prefeitos dos municípios onde a bandeira
vermelha foi decretada no sábado. Prefeitos da Serra Gaúcha, Fronteira Oeste e
Missões protestaram com a mudança de bandeira.“Todos inconformados,
insatisfeitos, indignados e dizendo que não vão cumprir as restrições da
bandeira vermelha. O único prefeitoque eu não vi reclamar foi o Prefeito de
Santa Maria. Muito triste epreocupante a repercussão negativa para o município.
Isso que estou trazendo a público, não é choro de empresário, é choro de quem
não tem como honrar seus compromissos e vai precisar demitir mais ainda, além
das mais de 10 mil demissões que ocorreram em Santa Maria em 90 dias”,
lamentou.
Também foi questionado o fato
de municípios como Porto Alegre, Novo Hamburgo e Capão da Canoa que tiveram
aumento no número de mortes e contaminados pela Covid-19, e a bandeira
permanece laranja.
“Esse mesmo governador que prometeu punição criminal para os prefeitos que descumprirem o decreto, é um notório mau pagador dos hospitais, poderíamos ter muitos leitos em hospitais privados que não disponibilizam porque ele não paga. O Hospital Regional está fechado, sendo que na campanha eleitoral para a Prefeitura, o Prefeito Jorge Pozzobom prometeu que no primeiro ano de gestão abriria o hospital e até hoje não abriu. Seu primeiro ano de governo foi 2016, e, se tivesse cumprido a promessa e o Hospital Regional estivesse 100% apto, não estaríamos nessa situação hoje, e mais de 10 mil pessoas não teriam perdido seus empregos.
Segundo Pacheco, o governador e
o prefeito deveriam rever alguns conceitos. “Vejo poucas peças satisfeitas. Tem
uma médica da cidade, alguns políticos e alguns funcionários públicos
satisfeitos com a bandeira vermelha.”
O trabalhador que dorme sem
saber se vai manter o emprego e os que já estão desempregados, com certeza não estão
satisfeitos. Tem muito funcionário público ganhando bem, no conforto de sua
casa com a família e o salário caindo na conta de forma integral. Daí é muito
fácil ficar em casa e apoiar o fechamento do comércio. Mas, aqueles que pagam
impostos, funcionários, aluguel, e tantos outros encargos, estes sim, estão
preocupados com o futuro. Infelizmente esta é mais uma situação para desagregar
e dividir a cidade”, justificou.
O Presidente da CACISM
classificou o fechamento do comércio como uma injustiça. É injusto o comércio
pagar por isso. Não é nas lojas que as pessoas se contaminam”, defendeu.
Ele explicou que as lojas da Europa
não fizeram o que Santa Maria fez para reabrir, com uso de máscaras, medição de
temperatura, distanciamento, tapete para desinfetar os calçados, entre tantas
outras medidas.
Ele salientou ainda que não entende essa lógica, pois enquanto o comércio é penalizado, dezenas de pessoas passaram a semana inteira jogando basquete e futebol, participando de festas e churrasquinho, mas é o comércio que paga a conta.“Não somosos culpados por isso, mas somos os únicos a pagar a conta”, finalizou o empresário.
Reportagem:Medianeira 102.7 FM/Jornal Regional Águas da Serra