O governo está avaliando um novo reajuste para a taxa extra da bandeira vermelha nível 2 da conta de luz. Atualmente, são cobrados R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos, mas o governo faz cálculos para aumentar a taxa extra para algo entre R$ 15 e R$ 20.
A ideia é que as taxas cobradas dos consumidores paguem pelas medidas adotadas para evitar o racionamento de energia no país. Um cenário também considerado é elevar a taxa a até R$ 25. Mas esse é mais improvável de ser adotado.
A reunião da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para decidir a bandeira tarifária que irá ser cobrada em setembro e seu valor está marcada para 6ª feira (27.ago.2021). A bandeira vermelha 2 -a mais cara- deve ser mantida com o cenário atual.
Se a taxa extra tiver aumento, será o 2º em menos de 3 meses. Em 29 de junho, a Aneel anunciou um reajuste de 52,1% na tarifa vermelha 2. A cobrança foi de R$ 6,24 para R$ 9,49 extras.
O sistema de bandeiras é usado para determinar o valor cobrado aos consumidores a partir das condições de geração de energia elétrica. Conforme a disponibilidade de insumos para a produção, a bandeira pode ser alterada em uma escala de verde, amarela e vermelha, sendo a última quando há mais dificuldades.
CRISE HÍDRICA
Em uma reunião com CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), na 3ª feira (24.ago), o governo admitiu “relevante piora” na crise hídrica enfrentada pelo Brasil. Na reunião também foram propostos descontos para os consumidores residenciais que economizarem energia. A portaria para a economia de energia por indústrias foi publicada na 2ª feira (23.ago).
Os incentivos para a economia ocorrem depois do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) registrarem uma alta de 7,7% no consumo de energia elétrica no país no 1º semestre deste ano.
Com a crise hídrica, o governo acionou as usinas térmicas. Elas são parte da estratégia do governo para evitar um apagão, mas são mais caras e mais poluentes.
A Aneel já afirmou que os custos adicionais com o acionamento das termelétricas devem chegar a R$ 11 bilhões em novembro. A agência afirma que as bandeiras tarifárias pagam custos reais e, sem elas, o valor desembolsado seria maior.
No entanto, para 2022, a Aneel estima que os valores pagos pelos consumidores por meio das bandeiras tarifárias não serão suficientes para custear os gastos. Com isso, a conta de energia deve ter uma alta de 16,7%.
Informações e foto destaque: Agência Brasil