EUROPA
– Pietro Parolin (Itália), nº 2 do Vaticano, 70 anos Este diplomata altamente experiente serviu como secretário de Estado — o número dois do Vaticano — durante quase todo o pontificado de Francisco e é uma figura proeminente no cenário internacional. Com sua figura ligeiramente curvada, voz delicada e temperamento calmo, ele viajou pelo mundo e conhece muitos líderes políticos, assim como os meandros da Cúria Romana. Como membro do Conselho de Cardeais, ele desempenhou um papel fundamental na assinatura de um acordo histórico entre a Santa Sé e a China sobre a nomeação de bispos em 2018. – Pierbattista Pizzaballa (Itália), patriarca latino de Jerusalém, 60 anos Grande conhecedor do Oriente Médio, este franciscano e teólogo italiano fala hebraico e inglês e chegou a Jerusalém em 1999. Em setembro de 2023, ele se tornou o primeiro patriarca de Jerusalém em exercício — a mais alta autoridade católica no Oriente — a ser criado cardeal. Um mês depois, a guerra eclodiu entre o movimento islamista Hamas e Israel. Seus repetidos apelos pela paz o colocaram em evidência. – Matteo Maria Zuppi (Itália), arcebispo de Bolonha, 69 anos Este diplomata discreto e experiente conduz missões de mediação política no exterior há mais de 30 anos. Membro da Comunidade Romana de Sant’Egidio, o braço diplomático não oficial da Santa Sé, ele serviu como mediador em Moçambique e como enviado especial do papa Francisco para a paz na Ucrânia. O também arcebispo de Bolonha é presidente da Conferência Episcopal Italiana desde 2022. Este homem, de rosto jovial e corpo esguio, goza de grande popularidade na Itália por seu trabalho com os mais desfavorecidos. Ele defende a aceitação de migrantes e fiéis homossexuais dentro da Igreja. – Claudio Gugerotti (Itália), 69 anos Este excelente diplomata poliglota é um especialista no mundo eslavo. Sua carreira o levou a servir como núncio – embaixador da Santa Sé – na Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Belarus e Ucrânia, além do Reino Unido. Gugerotti, a quem o papa consultou sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, é prefeito do dicastério para as Igrejas Orientais desde 2022. – Jean-Marc Aveline (França), arcebispo de Marselha, 66 anos Aveline nasceu na Argélia em uma família de “pieds-noirs” — europeus, principalmente franceses, que residiam na Argélia durante o período colonial — de origem andaluza e passou quase toda a sua vida em Marselha. Em 2013, tornou-se bispo auxiliar desta cidade portuária francesa, onde defende o diálogo interreligioso e a defesa dos migrantes, dois pilares do pontificado de Francisco. Eleito presidente da Conferência Episcopal Francesa no início de abril, ele foi o arquiteto da grande visita do papa a Marselha em 2023. – Anders Arborelius (Suécia), bispo de Estocolmo, 75 anos Este luterano sueco se converteu ao catolicismo em um país com uma esmagadora maioria protestante, mas que também é um dos mais secularizados do mundo. Primeiro bispo católico de nacionalidade sueca, Francisco o criou cardeal em 2017, e ele atua em vários dicastérios. Em uníssono com Francisco, Arborelius defende a acolhida dos migrantes na Europa. Ele também se opõe a certos bispos alemães que desejam modernizar sua Igreja e que o Vaticano acusa de querer criar um novo ramo protestante. – Mario Grech (Malta), bispo de Gozo, 68 anos O bispo de Gozo, a segunda maior ilha do pequeno arquipélago mediterrâneo de Malta, desempenhou um papel fundamental durante o sínodo sobre o futuro da Igreja convocado por Francisco. Grech era o secretário-geral desta assembleia de bispos, que deliberava sobre questões cruciais como o lugar das mulheres e dos divorciados que voltariam a se casar. Seu papel era o de um equilibrista, seguindo o desejo do papa argentino de criar uma Igreja aberta e vigilante, ao mesmo tempo em que reconhecia as preocupações conservadoras. – Péter Erdö (Hungria), arcebispo de Budapeste, 72 anos Este intelectual austero, que fala sete línguas, é apreciado por seus conhecimentos teológicos e sua abertura a outras religiões. Este fervoroso defensor do diálogo com os cristãos ortodoxos também dedica atenção especial à comunidade judaica. Ele tem opiniões muito conservadoras sobre casais divorciados e recasados, assim como sobre casais homoafetivos. Erdö foi criticado por seu silêncio diante das tendências antiliberais do governo húngaro de Viktor Orban. A igreja húngara, no entanto, acolheu suas iniciativas de reformar locais de culto e recristianizar escolas, em nome da defesa do cristianismo na Europa. – Jean-Claude Hollerich (Luxemburgo), arcebispo de Luxemburgo, 66 anosEste cardeal jesuíta, assim como Francisco, é apaixonado pela literatura alemã e pela cultura japonesa, e é membro dos dicastérios de Cultura e Educação e do Diálogo Interreligioso. Este especialista em relações culturais entre a Europa e o Extremo Oriente é conhecido como um teólogo firme nos dogmas, mas aberto à mudança social, como o papa argentino.